Destaque da Várzea
Uma personalidade forte e uma história de sucesso é o Destaque da Várzea desta edição. Pode não ser muito comum, mas o nome de batismo, conta que sua mãe buscou inspiração na história da Revolução Francesa. O estilista e carnavalesco Robespierre Décio Carapeços, morador da Garibaldi, personalidade conhecida de muitos carnavais, nos levou durante a entrevista a um mergulho pelos bastidores do mundo da moda e do carnaval em Pelotas.
Hoje aos 43 anos Pierre, como popularmente é conhecido, nos conta que tudo começou quando, ainda muito jovem, os 18 anos, teve a chance de atuar no desenho das alas da escola General Telles ao lado de Gilmar Lopes e Ivo Morel, na grande tarefa de substituir Pompilho de Freitas.
O estilista destaca que o seu grande professor no quesito carnaval foi Seu Nono, que lhe passou ensinamentos que utiliza até hoje na hora de pensar o carnaval. O seu primeiro desfile foi um sucesso tão grande que anos mais tarde Pierre assumiu sozinho a tarefa de desenhar as alas da Telles.
No início dos anos 90 o carnavalesco deixou a General Telles e foi compor a recém-criada escola Tradição, que afirma ter sido uma experiência muito boa, mas durou pouco.
Com o fim da Tradição, Pierre foi convidado pela Estação Primeira do Areal aonde atuou por 14 anos e a qual ele classifica como mais que uma escola, uma família da qual se orgulha de fazer parte.
O estilista coloca que seu trabalho como carnavalesco foi crescendo e se qualificando junto com a Estação. “Carnaval é inovação, quem não inovar fica parado no tempo. Não me contento apenas em desenhar, tenho que me envolver por inteiro do início da ideia até o fim do desfile na passarela”, destaca Pierre.
O carnavalesco lembra com orgulho as palavras que ouviu de Pompilho de Freitas: “Pierre tu como eu ama fazer carnaval de verdade, criando estilo próprio sem ficar expiando o do vizinho”.
O estilista
Orgulhoso de ser pelotense e morador da Várzea, ele vê o reconhecimento de seu trabalho ao ser convidado seis anos consecutivos para confeccionar as roupas da corte da Fenadoce.
Pierre coloca a sua relação com a moda e com o desenho como um dom de família. Atualmente, ele trabalha na Loja Xavier Confecções e Tecidos, de segunda à sexta pelas tardes. Na Estação, o trabalho se desenvolve o ano todo. Pierre ainda atende a um grupo diverso de clientes que vai desde CTG's a vestidos de noivas. “Só não desenhei pra morto, porque não pediram ainda”, diz o estilista.
O estilista projeta a longo prazo a organização de confecções próprias feitas em rede de ateliês de corte e costura, uma ação de trabalho e renda para grupos que o acompanham durante o carnaval se inserir no mundo da moda.
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