Associação dos Moradores do Navegantes II poderá reabrir

01 novembro 2011

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Como o afirmado na edição 85 deste veículo de comunicação, distribuído no dia 20 de agosto de 2011: “ ... um projeto de inclusão social através de aulas de violão oferecidas para crianças e adolescentes da comunidade do Navegantes II ,  marca o reinício das atividades da AMOBAN.” Lamentavelmente ainda não aconteceu. Embora toda a luta da musicista, a Associação dos Moradores do Navegantes II não consegue abrir as suas portas. Quem perde, são as crianças que poderiam já estar tocando suas primeiras canções, no método simples, em que o aluno sai tocando no primeiro dia.
Lucinha Rosselli, autora do projeto está dando um novo gás para a AMOBAN. Desde que a professora aproximou-se da Maira Costa, gestora da associação, esta tem se mexido, e durante esta semana afirma que “AGORA A ASSOCIAÇÃO VAI ABRIR!”.  Através do Jornal da Várzea, a artista fez conexão com a atual presidente da entidade Maira Costa, que sente na pele as dificuldades em reabrir a associação. Segundo a presidente, desde a última gestão, uma família vivia na sede, impossibilitando qualquer projeto, e com a saída da família, que oportunizaria o trabalho da atual gestora, esta continuou fechada pela alta dívida que a AMOBAN possui com a Companhia Estadual de Energia Elétrica, bem como todo o atraso da papelada da instituição.
Maira, que já conseguiu o apoio do vice-prefeito Fabricio Tavares (PTB), na tarde da última quarta-feira 26 de outubro, conseguiu levar para a sede da associação o vereador Roger Ney (PP). Além do apoio político, Maira está aberta a novas parcerias, voluntários da comunidade que tenham interesse em ver a associação aberta. Na comitiva organizada pelo legislador do Partido Progressista, estavam dois ativistas comunitários Dilson Rodrigues (Nenê), vinculado ao loteamento Vasco Pires (Areal) e Nadir Benedito, Presidente da Associação dos Moradores da Santa Terezinha (Três Vendas) e Vice Presidente da UPACAB (União Pelotense das Associações Comunitárias e Associações de Bairro); Ailton Canguçu, advogado da Bancada do PP na Câmara Municipal de Pelotas e Regina de Fátima, assessora parlamentar de Roger Ney. Ainda faziam-se presentes na reunião Lúcia Rosselli, violonista, produtora cultural que almeja desenvolver o projeto “Sol Maior” na comunidade, Diogo e Luciane Pereira, moradores do Complexo.
O vereador Roger Ney entre outras coisas, destacou a sua luta comunitária e sugeriu ações que a Maira deve tomar para reabrir a AMOBAN. O Parlamentar colocou seu assessores a disposição da associação e ressaltou que não está lutando somente pelos moradores do Complexo do Navegantes, mas por todas as associações comunitárias da periferia de Pelotas, destacando o seu interesse em ver todas as associações funcionando a todo vapor. Com vasta experiência na luta comunitária, orientou a presidente em promover eventos e re-organizar a AMOBAN passo-a-passo, porém para que isso ocorra, Maira precisa resolver as questões burocráticas e colocar “a casa em ordem”.
Questionado sobre a violência na comunidade, o progressista salientou a parceria que está fazendo com o vereador da oposição Milton Martins (PT) em trazer o BOE (Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar), para combater o tráfico e a criminalidade na comunidade. “Independente de siglas, queremos o melhor para a Várzea e para as periferias, por isso no combate a drogatização que leva a criminalidade, estamos unindo esforços para reprimir o tráfico, através de ações pontuais”, ressalta Roger Ney.
O vereador também crê nos projetos sociais, pois vê neles a possibilidades, dos que ainda não entraram no caminho da droga a oportunidade de não fazer parte destes números na estatística.

16 setembro 2011

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Case: uma esperança de ressocialização

O Centro de Atendimento Sócio Educativo de Pelotas, Case, é uma unidade da Fundação de Atendimento Especial, conhecida por Fase. Seu objetivo é atender jovens infratores com idade entre 12 e 18 anos, que estejam cumprindo medida de internação, protelada pela autoridade Judicial.  No estado todo são 13 Case que atendem mais de 840 adolescentes.
Em Pelotas, a instituição atende 36 meninos, que são divididos em duas alas, A e B, separadas por ingresso e por perfil. São nove meninos em Atividade Externa, dois em Internação Provisória (triagem) e 25 ISPAE (Internação sem Possibilidade de Atividade Externa).
No Case os jovens tem acesso a escola e qualificação profissional. Em um turno frequentam a escola, que fica dentro do próprio Case, e no turno inverso fazem educação física e oficinas profissionalizantes. “A gente enxerga que a qualificação, que a educação é primordial e que até mesmo a falta de oportunidade de mercado de trabalho se deu por causa da baixa escolaridade deles”, diz o coordenador de qualificação do estado e interinamente como diretor do Case Pelotas, Ricardo Panatieri .

Enfoque na profissionalização

No intuito de evitar que esses jovens voltem para a criminalidade o Case possui um projeto profissionalizantes para os internos. Até o momento, já foram concluídos os cursos de garçom e de lanches rápidos. Esta em andamento o curso de sabão e sabonetes e esta sendo programado um módulo de construção civil, por ser uma área de bastante demanda.
Os cursos, que tem duração média de 160 a 200 horas, são ministrados no turno inverso ao das aulas. Os cursos oferecidos são os da FGTAS, Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social, ministrados por empresas pagas com o recurso do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). 
Além de oferecer os cursos, o Case busca estabelecer parcerias com empresas para colocar esses jovens no mercado de trabalho, garantindo um futuro melhor para eles. “Eu estou com dois projetos: o do Jovem Aprendiz, que é uma lei federal, e a Lei da Solidariedade em que a empresa tem uma dedução no imposto de renda ao usar o CNPJ da Fase”, acrescenta Ricardo Panatieri.
Para Simone Corrêa, ministrante do curso de sabão e sabonete e agente sócio educadora da Case a 13 anos, os cursos trazem grande proveito para os jovens. “Se eles conseguirem fazer em casa uma coisa assim eles podem vender na rua um sabão, podem usar para si próprios e é uma coisa fácil de fazer”, fala.

Internação

O jovem, entre 12 e 17 anos, que comete um crime, depois de levado para a delegacia, ingressa na Internação Provisória. Esse é um período de triagem que tem como prazo máximo estipulado 45 dias.
Depois de passar pela triagem, esse adolescente é levado para ser ouvido pelo promotor e pelo juiz e a partir daí o juiz pode liberá-lo ou pode determinar a aplicação de uma medida socioeducativa, que pode ser de prestação de serviço a comunidade, liberdade assistida ou ISPAE, que é a Internação sem Possibilidade de AtividadeExterna.
Passado um determinado período, considerando a gravidade do delito e o tempo que ele está recolhido, ele pode ou não receber uma progressão. Caso ele receba a progressão poderá ser desligado diretamente, ou seja, ter concluído a pena, pode passar para a Atividade Externa, quando ele ganha o direito de sair nos fins de semana, ou pode ser encaminhado para a Semi-Liberdade.

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Campeonato Colonial

Em 1993, foi criada a ACE, Associação Colonial de Esporte, depois que os colonos começaram a se sentir prejudicados porque a maior parte dos jogadores dos times da colônia eram da cidade. “No fim jogava mais o pessoal da cidade do que o homem do campo. Aquele que arrumava o campo, que o pai ajudava, preparava o salão e vinha o pessoal de fora e dançava”, conta o ex-diretor da Associação, José de Azevedo, o Gonga.
Sídio Simom, um dos fundadores da ACE, conta que o interesse deles era aproveitar o pessoal do campo, porque na outra Associação eles não tinham oportunidade.  “Eu sempre ajudei porque eu sempre quis ver a juventude participando do esporte”, conta Simom, que está envolvido com futebol desde 65 quando foi fundada a primeira Associação de futebol na colônia.
Hoje a ACE tem mais de 1 mil atletas e a principal exigência para a formação dos times é que o primeiro e o segundo time, titular e reserva, seja composto apenas por atletas vinculados a colônia. “Se ele trabalha na cidade e tem residência fixa na colônia ou o pai vive na colônia ele pode participar”, conta Simom.
Nos times veterano e sênior são liberadas algumas fixas para jogadores da cidade e entre eles se pode encontrar vários ex-jogadores profissionais. É o caso de Paulo Sérgio, de 45 anos, que hoje é jogador do Botafogo. Paulo jogou 17 anos por times profissionais entre eles Brasil de Pelotas, Juventude e Palmeiras e já está há 8 jogando pela colônia. 
Hoje, o futebol da colônia é considerado semi-profissional devido a grande preocupação em desenvolver uma atividade séria. “Dentro do campo acabou a amizade. Eu faço o meu trabalho e eles fazem o deles”, diz Carlos Henrique, o Magrão, que apita os jogos da colônia há 24 anos.

A paz no futebol

O campeonato da colônia é por muitos conhecido com um campeonato violento devido ao grande número de brigas que havia nos jogos. Para mudar essa situação foram impostas novas regras e houve até a criação de um troféu batizado como Troféu Disciplina, dado ao clube que tem menos cartão no geral do campeonato. “Se um atleta agredir um juiz fisicamente ele será eliminado. Ele não vai mais jogar na ACE. Em clube nenhum da ACE”, afirma Jair Kaster, atleta veterano do Michaela. 
Outra medida para conter os ânimos do pessoal é o afastamento do atleta de três a cinco jogos caso ele seja expulso. “O pessoal não quer dar espaço para outro porque se tu ficares cinco jogos fora vai dar tempo do novo jogador mostrar alguma coisa e se ele tiver um rendimento bom, tu vais ficar fora”, acrescenta Jair Kaster.


A competição

No domingo (11) aconteceu a última rodada da primeira fase do 1º turno do Campeonato Colonial. Essa primeira etapa, não eliminatória, é composta por cinco rodadas, com duas chaves, cada uma com seis times.
No próximo domingo terá início o 2º turno da competição. Serão mais cinco rodadas, onde quatro times, dois de cada chave, serão eliminados. Os times classificados irão disputar as 4º de final. Os jogos mata-mata, um em casa e outro fora, vão decidir os quatro times que disputarão as semi-finais. A final está prevista para o dia para o dia 27/11.
A cada domingo, são disputados, em cada campo, quatro jogos. Se enfrentam o time sênior, veteranos, reservas e titulares.

Chaves

Chave A
Michaela
Botafogo
Continental
Índio
São José
Centenário

Chave B
Barbuda
Copacabana
Arroio do Padre
Vila Nova
Boa Esperança
Cruzeiro

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Novo Código de Posturas em Pelotas

O prefeito Adolfo Antonio Fetter sancionou, na última semana, o novo Código de Posturas de Pelotas que, em sintonia com o Plano Diretor, com o Código de Obras e com a Lei de Aparato Publicitário, regula a forma de relação entre a população e o poder público municipal.
O secretário de Gestão Urbana, Luciano Oleiro, diz que o Código atual foi criado pelo Executivo, e nos últimos três anos analisado pelo Legislativo e pela sociedade, por meio de audiências públicas. Para ele, as emendas propostas foram muito bem recebidas, “pois a comunicação não é possível sem a sintonia dos setores e das demais leis”, resumiu.
Entre as modificações estão multas para quem jogar lixo em via pública, para os donos de cachorros e cavalos que deixarem os excrementos dos animais nas ruas. Também fica proibida a utilização de aparelhos de som, em postos de combustível, que possam ocasionar transtornos à vizinhança e perturbação do sossego público.
O secretário de Gestão Urbana diz que os artigos do Código podem ser combinados e as multas são cumulativas, caso um ato transgrida mais de uma regra. O pagamento da multa não anula a responsabilidade de corrigir a falha apontada, mas em qualquer dos casos há espaço para defesa, que poderá, de forma técnica ou jurídica ser aceita ou não. Nos casos em que não houver explicitamente a progressão da aplicação da multa na reincidência, será aplicada em dobro.
Qualquer cidadão, desde que se identifique, poderá denunciar atos que transgridam os dispositivos das posturas, leis e regulamento municipais. A administração pública manterá em sigilo o nome do denunciante.
A responsabilidade pela notificação e autuação dos infratores é dos agentes fiscais da Secretaria de Gestão Urbana (SGU). Até outubro o valor da URM é R$ 72,35.
 Mais informações podem ser obtidas na SGU pelo telefone 3284-4401, ou no Centro Administrativo Professor Araújo, localizado na rua Professor Araújo, 1.653.

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Destaque da Várzea

Uma personalidade forte e uma história de sucesso é o Destaque da Várzea desta edição. Pode não ser muito comum, mas o nome de batismo, conta que sua mãe buscou inspiração na história da Revolução Francesa. O estilista e carnavalesco Robespierre Décio Carapeços, morador da Garibaldi, personalidade conhecida de muitos carnavais, nos levou durante a entrevista a um mergulho pelos bastidores do mundo da moda e do carnaval em Pelotas.
Hoje aos 43 anos Pierre, como popularmente é conhecido, nos conta que tudo começou quando, ainda muito jovem, os 18 anos, teve a chance de atuar no desenho das alas da escola General Telles ao lado de Gilmar Lopes e Ivo Morel, na grande tarefa de substituir Pompilho de Freitas.
O estilista destaca que o seu grande professor no quesito carnaval foi Seu Nono, que lhe passou ensinamentos que utiliza até hoje na hora de pensar o carnaval. O seu primeiro desfile foi um sucesso tão grande que anos mais tarde Pierre assumiu sozinho a tarefa de desenhar as alas da Telles.
No início dos anos 90 o carnavalesco deixou a General Telles e foi compor a recém-criada escola Tradição, que afirma ter sido uma experiência muito boa, mas durou pouco.
Com o fim da Tradição, Pierre foi convidado pela Estação Primeira do Areal aonde atuou por 14 anos e a qual ele classifica como mais que uma escola, uma família da qual se orgulha de fazer parte.
O estilista coloca que seu trabalho como carnavalesco foi crescendo e se qualificando junto com a Estação. “Carnaval é inovação, quem não inovar fica parado no tempo. Não me contento apenas em desenhar, tenho que me envolver por inteiro do início da ideia até o fim do desfile na passarela”, destaca Pierre.
O carnavalesco lembra com orgulho as palavras que ouviu de Pompilho de Freitas: “Pierre tu como eu ama fazer carnaval de verdade, criando estilo próprio sem ficar expiando o do vizinho”.

O estilista

Orgulhoso de ser pelotense e morador da Várzea, ele vê o reconhecimento de seu trabalho ao ser convidado seis anos consecutivos para confeccionar as roupas da corte da Fenadoce.
Pierre coloca a sua relação com a moda e com o desenho como um dom de família. Atualmente, ele trabalha na Loja Xavier Confecções e Tecidos, de segunda à sexta pelas tardes. Na Estação, o trabalho se desenvolve o ano todo. Pierre ainda atende a um grupo diverso de clientes que vai desde CTG's a vestidos de noivas. “Só não desenhei pra morto, porque não pediram ainda”, diz o estilista.
O estilista projeta a longo prazo a organização de confecções próprias feitas em rede de ateliês de corte e costura, uma ação de trabalho e renda para grupos que o acompanham durante o carnaval se inserir no mundo da moda. 


 

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